A utilização de jogos para o melhor entendimento da microbiologia da água.
Consiste em um jogo de tabuleiro, com cartas de sentença, onde possui perguntas sobre a microbiologia da água, o jogo termina com o primeiro jogador chegar ao final.
A Água Que Você Não Vê
segunda-feira, 14 de julho de 2014
Tratamento domiciliar de água
Filtros domiciliares
Pode-se afirmar que a filtração domiciliar constitui um hábito cultural dos brasileiros. É controvertida no entanto a necessidade de uso desses dispositivos. A seu favor argumenta-se que constitui a última barreira sanitária, capaz de reter eventuais partículas, até mesmo microrganismos presentes na água.
Há porém, argumentos contrários à sua utilização, como:
É óbvio que, em locais onde ocorre a distribuição de água bruta, de qualidade físico-química e bacteriológica comprometida, destinar exclusivamente ao filtro domiciliar a função de condicionar a água é incorreto. Porém, quando a turbidez não é excessivamente elevada a ponto de entupir o filtro com muita frequência, a combinação filtro-desinfecção domiciliar pode resultar em uma água com razoáveis condições de consumo.
Por outro lado, em locais onde existe um sistema público, que distribui água enquadrada nos padrões de potabilidade, os filtros domiciliares podem exercer papel de barreira contra eventuais recontaminações nas instalações prediais, sobretudo nos reservatórios. É oportuno lembrar que, como nos filtros lentos, os filtros domiciliares — de vela, areia ou outro material filtrante — desenvolvem um poder bactericida, através de um tratamento realizado pela camada biológica existente, que pode ser removida após a operação de limpeza.
Alguns tipos de filtros domiciliares:
Filtro de vela
Os filtros domiciliares mais tradicionais são os de vela de porcelana.
Uma operação importante nesses filtros é a da limpeza, na qual é tradicional o emprego de material abrasivo, como o sal e o açucar. Essa prática, porém, não é recomendável, pelo fato de a superfície de menor porosidade da vela, normalmente vidrada, é danificada. Após essa operação o consumidor sente uma melhor capacidade de filtração da vela, sendo que na verdade ocorre um comprometimento de seu desempenho.
Filtro de Areia
O filtro de areia tem um funcionamento semelhante ao dos filtros lentos das ETA. De forma similar, a limpeza desse tipo de filtro deve ser realizada através da raspagem da sua camada mais superficial. Após diversas limpezas, o leito filtrante deve ter sua espessura original reconstituída.
É usual a previsão de uma camada de carvão vegetal, na parte interior do filtro de areia, objetivando a adsorção de compostos responsáveis pela presença de sabor ou odor.
A eficiência dos filtros domiciliares de areia é, entretanto, discutível. Existem registros que mostram situações onde a água filtrada tem um maior conteúdo de bactérias que a não filtrada, não é recomendando assim a utilização dessas unidades, a menos que a água seja fervida ou desinfetada, após a filtração.
Aparelhos industrializados
Atualmente, o mercado, principalmente para os consumidores de maior poder aquisitivo, oferece uma grande variedade de aparelhos domiciliares.
Existem os que empregam recursos para a desinfecção, como a ozonização e o nitrato de prata. Não se pode assegurar uma confiabilidade total desses aparelhos, seja pela conversão incompleta do oxigênio em ozona, no primeiro caso, seja pela progressiva perda do poder bactericida, no segundo.
Há os dispositivos que se propõem a reduzir sabor e odor, por adsorção com carvão ativado. E necessário, entretanto, a periódica troca do meio adsorvente, quando de sua saturação.
Existem, finalmente, os dispositivos de filtração, com diversos meios filtrantes, como terra diatomácea, carvão, areia e materiais sintéticos. Nesses, a eficiência da limpeza do filtro é essencial para seu bom funcionamento.
Desinfecção
Algumas soluções simplificadas para a desinfecção de águas de pequenas instalações e a nível domiciliar podem ser utilizadas, obtendo um resultado confiável e satisfatório.
Hipocloração
A hipocloração consiste na previsão de um dispositivo dosador, para o hipoclorito - de cálcio ou de sódio. O requisito básico para um dosador é sua habilidade em regular com precisão a quantidade a ser aplicada do produto.
O hipoclorito de cálcio é um produto sólido, comercialmente fornecido em forma granular, com conteúdo de cloro ativo de 70%. Deve ser diluído em água, para aplicação, apresentando boa diluição.
O hipoclorito de sódio é encontrado sob a forma de solução, a cerca de 12 a 15% de cloro ativo. A água sanitária é uma solução diluída de hipoclorito de sódio, contendo entre 2 a 5% de cloro ativo. Um problema com o uso da água sanitária para desinfecção é sua adulteração, responsável pela concentração de cloro no produto inferior à declarada em seu rótulo.
Clorador por difusão
O uso indiscriminado de poços rasos no Brasil, especialmente nas localidades onde inexiste um sistema público de abastecimento de água, torna esse dispositivo potencialmente bastante útil. Trata-se de um equipamento para dosagem de cloro, que pode ser instalado no interior do poço raso, e que libera cloro numa velocidade relativamente homogênea, mantendo um teor residual até o término de sua vida útil, usualmente em torno de 30 dias. Nesse momento deve ser substituído.
O dosador é constituído de um recipiente e de uma mistura de areia com cloro, colocado em seu interior, quanto à mistura, são utilizados areia com um produto granular de cloro, podendo ser a cal clorada, que possui cerca de 30% de cloro ativo, ou o hipoclorito de cálcio, com aproximadamente 70%.
Clorador de Pastilha
A vantagem dessa solução consiste na dispensa do aparato para dosagem do cloro, uma vez que, nesse caso, a cloração é realizada em linha.
Não devem ser utilizadas pastilhas do tipo empregado em piscinas, pelo seu possível efeito nocivo sobre a saúde. Uma alternativa recomendável é o uso de pastilhas de hipoclorito de cálcio, disponíveis no mercado, embora com custo superior ao das pastilhas para piscinas. Como, porém, a solução tem uma aplicação potencial em pequenas instalações, o acréscimo de custo operacional não chega a inviabilizar o uso das pastilhas de hipoclorito.
Desinfecção Domiciliar
A desinfecção domiciliar usualmente é realizada quando se recebe água de um sistema coletivo sem tratamento. Os principais agente desinfetantes empregados são o cloro (com mais frequência o hipoclorito de sódio) e o iodo.
No caso do cloro deve ser calculada a diluição necessária para o preparo da solução, observando o teor de cloro livre do produto empregado, se água sanitária ou hipoclorito de sódio a 12-15% ou de água sanitária. Sugere-se preparar uma solução a 2% e dosar o necessário para satisfazer a demanda de cloro na água, função da quantidade de matéria orgânica presente. Quando não é realizado um ensaio para a determinação da demanda de cloro, pode-se empregar, como referência, dosagens entre 1 e 5mg/l.
No caso do iodo, emprega-se a chamada tintura de iodo a 8% e uma solução de hipossulfito de sódio. São colocadas 20 gotas da tintura de iodo em um garrafão de 20 litros e, posteriormente, este é completado com água a ser tratada. A mistura é deixada em repouso por uma hora. Em seguida adicionam-se 20 gotas da solução de hipossulfito. O garrafão é então agitado e colocado novamente em repouso por uma hora.
A finalidade da solução de hipossulfito é neutralizar o excesso de iodo ainda presente na água após o primeiro período de repouso. Se as 20 gotas de solução de iodo não são capazes de produzir uma tonalidade amarelada na água, significa uma elevada contaminação, exigindo portanto uma quantidade adicional do desinfetante. Nesse caso, deve-se adicionar uma gota de tintura de iodo e agitar a mistura, sucessivamente até se obter uma tonalidade amarelo pálida.
Como Tratar a Sua Água de Beber
Todas as noites antes de dormir, faça o seguinte:
1. Coloque na bilha a água que sobrou do filtro.
2. Coloque na parte de baixo do filtro 03 gotas de água sanitária para cada litro de água que você colocar na parte de cima do filtro.
3. Durante a noite, use apenas a água da bilha.
4. Pela manhã, você já pode usar a água do filtro normalmente.
Fonte: BARROS, Raphael T. de V. et al. Saneamento. Belo Horizonte: Escola de Engenharia da UFMG, 1995. (Manual de saneamento e proteção ambiental para os municípios).
Pode-se afirmar que a filtração domiciliar constitui um hábito cultural dos brasileiros. É controvertida no entanto a necessidade de uso desses dispositivos. A seu favor argumenta-se que constitui a última barreira sanitária, capaz de reter eventuais partículas, até mesmo microrganismos presentes na água.
Há porém, argumentos contrários à sua utilização, como:
- baixa eficiência e irregularidade na remoção da turbidez e de patogênicos;
- formação de uma película biológica, em torno do elemento filtrante, na qual pode ocorrer o desenvolvimento de patogênicos oportunistas;
- nos países desenvolvidos, não é empregada a filtração domiciliar, uma vez que é inteiramente confiável a qualidade da água do sistema público, embora ali também não sejam utilizados os reservatórios domiciliares.
É óbvio que, em locais onde ocorre a distribuição de água bruta, de qualidade físico-química e bacteriológica comprometida, destinar exclusivamente ao filtro domiciliar a função de condicionar a água é incorreto. Porém, quando a turbidez não é excessivamente elevada a ponto de entupir o filtro com muita frequência, a combinação filtro-desinfecção domiciliar pode resultar em uma água com razoáveis condições de consumo.
Por outro lado, em locais onde existe um sistema público, que distribui água enquadrada nos padrões de potabilidade, os filtros domiciliares podem exercer papel de barreira contra eventuais recontaminações nas instalações prediais, sobretudo nos reservatórios. É oportuno lembrar que, como nos filtros lentos, os filtros domiciliares — de vela, areia ou outro material filtrante — desenvolvem um poder bactericida, através de um tratamento realizado pela camada biológica existente, que pode ser removida após a operação de limpeza.
Alguns tipos de filtros domiciliares:
Filtro de vela
Os filtros domiciliares mais tradicionais são os de vela de porcelana.
Uma operação importante nesses filtros é a da limpeza, na qual é tradicional o emprego de material abrasivo, como o sal e o açucar. Essa prática, porém, não é recomendável, pelo fato de a superfície de menor porosidade da vela, normalmente vidrada, é danificada. Após essa operação o consumidor sente uma melhor capacidade de filtração da vela, sendo que na verdade ocorre um comprometimento de seu desempenho.
Filtro de Areia
O filtro de areia tem um funcionamento semelhante ao dos filtros lentos das ETA. De forma similar, a limpeza desse tipo de filtro deve ser realizada através da raspagem da sua camada mais superficial. Após diversas limpezas, o leito filtrante deve ter sua espessura original reconstituída.
É usual a previsão de uma camada de carvão vegetal, na parte interior do filtro de areia, objetivando a adsorção de compostos responsáveis pela presença de sabor ou odor.
A eficiência dos filtros domiciliares de areia é, entretanto, discutível. Existem registros que mostram situações onde a água filtrada tem um maior conteúdo de bactérias que a não filtrada, não é recomendando assim a utilização dessas unidades, a menos que a água seja fervida ou desinfetada, após a filtração.
Aparelhos industrializados
Atualmente, o mercado, principalmente para os consumidores de maior poder aquisitivo, oferece uma grande variedade de aparelhos domiciliares.
Existem os que empregam recursos para a desinfecção, como a ozonização e o nitrato de prata. Não se pode assegurar uma confiabilidade total desses aparelhos, seja pela conversão incompleta do oxigênio em ozona, no primeiro caso, seja pela progressiva perda do poder bactericida, no segundo.
Há os dispositivos que se propõem a reduzir sabor e odor, por adsorção com carvão ativado. E necessário, entretanto, a periódica troca do meio adsorvente, quando de sua saturação.
Existem, finalmente, os dispositivos de filtração, com diversos meios filtrantes, como terra diatomácea, carvão, areia e materiais sintéticos. Nesses, a eficiência da limpeza do filtro é essencial para seu bom funcionamento.
Desinfecção
Algumas soluções simplificadas para a desinfecção de águas de pequenas instalações e a nível domiciliar podem ser utilizadas, obtendo um resultado confiável e satisfatório.
Hipocloração
A hipocloração consiste na previsão de um dispositivo dosador, para o hipoclorito - de cálcio ou de sódio. O requisito básico para um dosador é sua habilidade em regular com precisão a quantidade a ser aplicada do produto.
O hipoclorito de cálcio é um produto sólido, comercialmente fornecido em forma granular, com conteúdo de cloro ativo de 70%. Deve ser diluído em água, para aplicação, apresentando boa diluição.
O hipoclorito de sódio é encontrado sob a forma de solução, a cerca de 12 a 15% de cloro ativo. A água sanitária é uma solução diluída de hipoclorito de sódio, contendo entre 2 a 5% de cloro ativo. Um problema com o uso da água sanitária para desinfecção é sua adulteração, responsável pela concentração de cloro no produto inferior à declarada em seu rótulo.
Clorador por difusão
O uso indiscriminado de poços rasos no Brasil, especialmente nas localidades onde inexiste um sistema público de abastecimento de água, torna esse dispositivo potencialmente bastante útil. Trata-se de um equipamento para dosagem de cloro, que pode ser instalado no interior do poço raso, e que libera cloro numa velocidade relativamente homogênea, mantendo um teor residual até o término de sua vida útil, usualmente em torno de 30 dias. Nesse momento deve ser substituído.
O dosador é constituído de um recipiente e de uma mistura de areia com cloro, colocado em seu interior, quanto à mistura, são utilizados areia com um produto granular de cloro, podendo ser a cal clorada, que possui cerca de 30% de cloro ativo, ou o hipoclorito de cálcio, com aproximadamente 70%.
Clorador de Pastilha
A vantagem dessa solução consiste na dispensa do aparato para dosagem do cloro, uma vez que, nesse caso, a cloração é realizada em linha.
Não devem ser utilizadas pastilhas do tipo empregado em piscinas, pelo seu possível efeito nocivo sobre a saúde. Uma alternativa recomendável é o uso de pastilhas de hipoclorito de cálcio, disponíveis no mercado, embora com custo superior ao das pastilhas para piscinas. Como, porém, a solução tem uma aplicação potencial em pequenas instalações, o acréscimo de custo operacional não chega a inviabilizar o uso das pastilhas de hipoclorito.
Desinfecção Domiciliar
A desinfecção domiciliar usualmente é realizada quando se recebe água de um sistema coletivo sem tratamento. Os principais agente desinfetantes empregados são o cloro (com mais frequência o hipoclorito de sódio) e o iodo.
No caso do cloro deve ser calculada a diluição necessária para o preparo da solução, observando o teor de cloro livre do produto empregado, se água sanitária ou hipoclorito de sódio a 12-15% ou de água sanitária. Sugere-se preparar uma solução a 2% e dosar o necessário para satisfazer a demanda de cloro na água, função da quantidade de matéria orgânica presente. Quando não é realizado um ensaio para a determinação da demanda de cloro, pode-se empregar, como referência, dosagens entre 1 e 5mg/l.
No caso do iodo, emprega-se a chamada tintura de iodo a 8% e uma solução de hipossulfito de sódio. São colocadas 20 gotas da tintura de iodo em um garrafão de 20 litros e, posteriormente, este é completado com água a ser tratada. A mistura é deixada em repouso por uma hora. Em seguida adicionam-se 20 gotas da solução de hipossulfito. O garrafão é então agitado e colocado novamente em repouso por uma hora.
A finalidade da solução de hipossulfito é neutralizar o excesso de iodo ainda presente na água após o primeiro período de repouso. Se as 20 gotas de solução de iodo não são capazes de produzir uma tonalidade amarelada na água, significa uma elevada contaminação, exigindo portanto uma quantidade adicional do desinfetante. Nesse caso, deve-se adicionar uma gota de tintura de iodo e agitar a mistura, sucessivamente até se obter uma tonalidade amarelo pálida.
Como Tratar a Sua Água de Beber
Todas as noites antes de dormir, faça o seguinte:
1. Coloque na bilha a água que sobrou do filtro.
2. Coloque na parte de baixo do filtro 03 gotas de água sanitária para cada litro de água que você colocar na parte de cima do filtro.
3. Durante a noite, use apenas a água da bilha.
4. Pela manhã, você já pode usar a água do filtro normalmente.
Fonte: BARROS, Raphael T. de V. et al. Saneamento. Belo Horizonte: Escola de Engenharia da UFMG, 1995. (Manual de saneamento e proteção ambiental para os municípios).
Como tratar a água?
Muitas pessoas são vítimas de doenças causadas pelo mau tratamento da água. Estas doenças podem ser cólera, diarreia, disenteria, entre outras, que podem provocar até mesmo a morte, principalmente em crianças. A contaminação pode estar em qualquer lugar, tanto em rios, quanto em poços ou em águas canalizadas. Para que doenças causadas pela água contaminada não ocorram, é preciso tratar a água de forma correta. Se você não sabe como tratar a água, leia as instruções e saiba o que fazer:
Instruções
- 1Por que tratar a água: você deve tratar a água porque nunca se sabe o que está nela. Por isso, faz sentido se proteger com um sistema de tratamento de água. A água não tratada pode não fazer mal em um dia, mas no outro pode trazer surpresas desagradáveis. Os microorganismos vêm, geralmente, de dejetos humanos e animais, que são espalhados pela chuva e escoamento. Hoje, pesquisas demonstram que aproximadamente 90% da água doce já está contaminada com vírus e bactérias, causadores de doenças que podem, até mesmo, levar à morte. Por esse motivo, não perca tempo e comece agora mesmo a tratar a água em sua casa.
- 2
Maneiras de tratar a água: existem diversas formas de tratar a água para que ela não cause doenças. Você pode, por exemplo, deixar a água em um recipiente por um tempo, para que as substâncias ruins vão para o fundo e a água fique mais limpa, depois disso, você pode despejá-la em outro recipiente. Este método não deixa a água livre de vírus ou parasitas. Outra maneira é ferver a água, o que está entre as melhores escolhas. Ferva a água durante, pelo menos, cinco minutos, para que o processo mate qualquer causador de doença. Você pode inclusive mesclar estes dois métodos citados. Além disso, você pode filtrar a água, pasteurizar, desinfetar com cloro ou com sol. Este último método consiste em colocar sob o sol a água em recipientes transparentes, para que os vírus e bactérias sejam eliminados.
- 3Algumas regras: no método de tratamento com os raios de sol, não devem ser utilizadas garrafas coloridas, pois a cor bloqueia a ação de raios ultravioletas. Utilize garrafas transparentes apenas. Além disso, procure não agitar as garrafas. Se tiver que fazer isso, faça apenas no início do processo, já que isso faz com que haja redução na eficácia do tratamento. Se você fizer o método de deixar as partículas sólidas irem para o fundo de um recipiente, não deixe de ferver ou pasteurizar a água.
- 4Informações importantes: se a água em sua casa não é tratada, procure tratá-la sempre. Até mesmo as águas encanadas, que vêm das torneiras, podem trazer doenças graves. Procure beber água fervida e filtrada e não beba água da torneira, pois nunca se sabe quando estes seres quase invisíveis estarão lá para tornar você doente. Procure por informações na internet, caso você tenha dúvidas, ou pergunte a quem trabalha na companhia de tratamento de água na sua cidade. Buscar a segurança para nossa vida nunca é demais.
Lei das Águas
Em 1997 entrou em vigor a Lei nº 9.433/1997, também conhecida com “Lei das Águas”, que instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos e criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (Singreh). Segundo a Lei das Águas, a Política Nacional de Recursos Hídricos tem seis fundamentos. A água é considerada um bem de domínio público e um recurso natural limitado, dotado de valor econômico. O instrumento legal prevê, ainda, que a gestão dos recursos hídricos deve proporcionar os usos múltiplos das águas, de forma descentralizada e participativa, contando com a participação do Poder Público, dos usuários e das comunidades. A lei também prevê que em situações de escassez o uso prioritário da água é para o consumo humano e para a dessedentação de animais. Outro fundamento é o de que a bacia hidrográfica é a unidade de atuação do Singreh e de implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos.
CONTAMINAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE CORPOS D´ÁGUA NATURAIS E OS POTENCIAIS RISCOS À SAÚDE HUMANA
As águas naturais possuem um valor inestimável para indicar as condições ambientais de um determinado ecossistema. A avaliação dos recursos hídricos, bem como o gerenciamento e planejamento ambiental, não
pode ser realizada sem este tipo de estudo .
Os ambientes aquáticos são utilizados em todo o mundo com distintas finalidades, entre as quais se destacam o abastecimento de água, a geração de energia, a irrigação, a navegação, a aqüicultura, recreação e a harmonia paisagística .O grande interesse na qualidade da água a ser usada pela
população está na associação entre a água contaminada e a transmissão de
doenças infecciosas.
As águas são classificadas de acordo com suas características qualitativas para determinado uso que será feito das mesmas, isto é, as exigências quanto ao grau de pureza variam de acordo com o fim a que se
destinará. Os padrões bacteriológicos de qualidade da água são baseados
especificamente na proteção do consumidor, evitando então as doenças de
veiculação hídrica.
Os agentes patogênicos podem entrar em corpos d’água utilizados para recreação através de descargas de esgoto “in natura” ou inadequadamente tratados, águas de arraste das chuvas em regiões urbanas ou rurais, dejetos de animais domésticos ou silvestres e, possivelmente, por meio dos próprios indivíduos que utilizam estas águas para recreação, aumentando o risco de transmissão de doenças para os banhistas , a contaminação fecal em águas destinadas ao banho pode ser arriscada para os usuários, pois as fezes podem conter bactérias, vírus e protozoários que podem ser ingeridos e causar doença intestinal. Além disso, estes autores relatam que a agitação da água em conseqüência das atividades recreacionais também pode
ressuspender bactérias do sedimento, apresentando um risco para as pessoas que se divertem no local de banho. Assim, quanto maior a contaminação, maior a probabilidade da água conter microrganismos patogênicos de origem entérica, tais como Salmonella spp., Shigella spp., vírus da hepatite A, vírus Norwalk causadores de doenças como gastroenterites, hepatite A, poliomielite, dentre outras.
A utilização de reservas ecológicas para fins recreacionais pode muitas vezes ser feita de maneira inadequada, comprometendo a qualidade da água a ser utilizada pelos turistas, a identificação dos tipos patogênicos de E. coli pode possibilitar uma avaliação da diversidade ecológica e o grau de virulência
desses microrganismos que circulam em lagoas. É importante ressaltar que uma série de doenças pode ser veiculada pela água, tais como: gastroenterites, hepatites, poliomielites, doenças parasitárias e fúngicas
Escherichia coli diarreogênica é o grupo de bactérias mais comumente detectado nos estudos em países em desenvolvimento, causando cerca de 30 a 40% de episódios de diarréia aguda em crianças .
De 1999 a 2000, 59 surtos de doenças nos Estados Unidos foram atribuídos a exposição das pessoas em águas recreacionais, e 61% desses surtos foram de gastroenterites . Pode-se concluir que a recreação de contato primário ou secundário em locais inadequados pode atrair vários riscos de contrair doenças para os banhistas.
Microrganismos patogênicos na água
Os microrganismos patogênicos na água.
Bactérias
Salmonella spp.: enterites
Vibrio cholerae: principais problemas associados à falta de cuidados sanitários
Shigella spp.: disenteria
Yersinia enterocolitica: gastroenterite aguda
Escherichia coli: linhagens patogênicas (enterites)
Clostridium perfringens: enterite, gangrena gasosa
Vibrio parahaemolyticus: gastroenterites
Pseudomonas aeruginosa: infecções nos olhos, ouvidos
Staphylococcus aureus: infecções cutâneas, garganta e intoxicações alimentares
Leptospira spp.: hepatite, conjuntivite e insuficiência renal
Fungos:
- saprófitas e parasitas de peixes
- Candida albicans: levedura que causa infecções da pele e mucosas
- Geotrichum: fungo dermatófito
Protozoários:
Ciliados
Giardia lamblia: esporos resistentes ao cloro
Amebas
Entamoeba histolytica: amebíase (doença intestinal)
Vírus:
Hepatites A e B
Gastroenterite infecciosa não bacteriana
Poliomielite
MICRORGANISMOS DE INTERESSE SANITÁRIO - Bactérias do Grupo Coliformes
A maioria dos microrganismos patogênicos, causadores de doenças transmitidas pela água, é predominantemente de origem fecal e são conhecidas como patógenos entéricos.
Os coliformes fecais, um subgrupo dos coliformes totais representados principalmente pela espécie Escherichia coli, têm sido extensivamente utilizados no monitoramento da qualidade de águas e são considerados os mais específicos indicadores de qualidade de águas destinadas a potabilidade e balneabilidade.
O grupo coliforme é constituído por bactérias pertencentes aos gêneros Citrobacter, Escherichia, Enterobacter e Klebsiella. São bacilos aeróbios ou anaeróbios facultativos, Gram negativos e não formadores de esporos, oxidase-negativos, capazes de desenvolver na presença de sais biliares ou agentes tensoativos que fermentam a lactose com produção de ácido, gás e aldeído a 35,0 ± 0,5ºC em 24-48 horas, e que podem apresentar a enzima ß-galactosidase. Embora estes microrganismos estejam relacionados com contaminação fecal, podem também ser encontrados em outros locais, oriundos de vegetais e do solo, observado, principalmente, para os gêneros Citrobacter, Enterobacter e Klebsiella. Além disso, alguns estudos sugerem que as altas temperaturas tropicais, a elevada radiação solar e a presença de predadores podem diminuir a sobrevivência destes microrganismos que deixam de exercer uma função de indicadores de presença de patógenos em tais condições.
Diversos fatores podem interferir sobre a enumeração dos coliformes, como pH, temperatura e outros organismos presentes na água. Pseudomonas aeruginosa é conhecida por interferir sobre a contagem colimétrica e acredita-se que a síntese do pigmento piocianina esteja ligada com este fenômeno. A qualidade bacteriológica de águas recreacionais é avaliada pelos mesmos indicadores recomendados para águas destinadas ao consumo humano, isto é, coliformes totais e coliformes fecais.
Os coliformes fecais, um subgrupo dos coliformes totais representados principalmente pela espécie Escherichia coli, estão mais especificamente relacionados com contaminação fecal oriundos de animais de sangue quente. Entretanto, sua utilização como indicador de poluição fecal tem sido questionada, pois a metodologia usualmente empregada para detectar essas bactérias, é realizada à temperatura de 44,5 ± 0,2 ºC como fator seletivo. Porém esta temperatura permite o isolamento de outros coliformes termotolerantes, não necessariamente provenientes de contaminação fecal.
Os coliformes fecais, um subgrupo dos coliformes totais representados principalmente pela espécie Escherichia coli, estão mais especificamente relacionados com contaminação fecal oriundos de animais de sangue quente. Entretanto, sua utilização como indicador de poluição fecal tem sido questionada, pois a metodologia usualmente empregada para detectar essas bactérias, é realizada à temperatura de 44,5 ± 0,2 ºC como fator seletivo. Porém esta temperatura permite o isolamento de outros coliformes termotolerantes, não necessariamente provenientes de contaminação fecal.
Ex: Microscopia Eletrônica de Varredura, E. Coli
Ex: Microscopia Eletrônica de Varredura, Enterobacter.
Os estafilococos são células esféricas gram-positivas que normalmente se dispõem em cachos irregulares semelhantes a cachos de uva. Crescem rapidamente em vários meios de cultura e mostram-se metabolicamente ativos, fermentando carboidratos e produzindo pigmentos que variam de branco a amarelo intenso. Alguns são membros da microbiota normal da pele e mucosa dos humanos; outros provocam supuração, formação de abscessos, várias infecções piogênicas e até mesmo septicemia fatal.
Tradicionalmente os estafilococos são divididos em duas categorias: coagulase positivos e coagulase negativos. Essa divisão é baseada na capacidade de coagular o plasma que é uma propriedade considerada, há longo tempo, como importante marcador de patogenicidade. O S. aureus produz uma série de enzimas que podem contribuir para a sua patogenicidade, tais como a coagulase, catalase, desoxirribonuclease (DNAse), lipase, termonuclease (TNase), bem como a toxina hemolítica, cuja produção está associada com sua virulência. Seu alto poder de colonizar várias partes do corpo, pode dar origem a infecções assintomáticas, facilitando assim a disseminação de várias doenças.
Os estafilococos desenvolvem rapidamente resistência a numerosos agentes antimicrobianos, portanto, constituem problemas terapêuticos difíceis. Os estafilococos produzem catalase, o que os diferencia dos estreptococos. Os estafilococos fermentam lentamente muitos carboidratos, produzindo ácido láctico, mas não gás. O tipo mais comum de intoxicação alimentar é causado por uma enterotoxina estafilocócica termoestável.
Ex: Microscopia Eletrônica de Varredura, Estafilococos.
Fonte : Amaral 2007
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